Rio Grande do Norte viveu uma madrugada de terror



O Rio Grande do Norte viveu uma madrugada de terror nesta segunda-feira (13), quando criminosos realizaram uma série de ataques a tiros e incêndios em comércios, veículos e órgãos públicos em várias cidades do estado. Os atentados teriam sido coordenados por uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios, em represália à transferência de um dos seus líderes para um presídio federal.


Entre os alvos dos ataques, estão o fórum de Justiça de Macaíba, duas bases da Polícia Militar em Natal e Parnamirim, a prefeitura de São Paulo do Potengi, uma agência bancária em São Gonçalo do Amarante e vários ônibus de turismo e transporte coletivo . Não há registro de feridos ou mortos nos ataques.


Os ataques começaram por volta da meia-noite e se estenderam até as primeiras horas da manhã. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do RN (Sesed), os criminosos usaram armas de fogo, coquetéis molotov e bombas caseiras para realizar os atentados. A Sesed informou que já identificou alguns dos envolvidos nos ataques e que está reforçando o policiamento nas ruas com o apoio das Forças Armadas.


A motivação dos ataques seria a transferência do detento João Maria Figueiredo da Silva, apontado como líder da facção Sindicato do Crime do RN (SDC), para o presídio federal de Mossoró. Figueiredo é acusado de tráfico de drogas, homicídios e roubos, e teria ordenado os atentados por meio de mensagens enviadas pelo celular. Ele foi transferido na terça-feira (14) junto com outros 14 presos considerados perigosos para unidades federais fora do estado.


Os ataques no RN são mais um episódio da crise na segurança pública que afeta todo o país. Em janeiro deste ano, o estado já havia sofrido uma onda de violência semelhante, quando criminosos protestaram contra a instalação de bloqueadores de celular nos presídios. Na ocasião, foram registrados mais de 100 ataques em 38 cidades do RN.


A situação exige medidas urgentes das autoridades competentes para garantir a ordem pública e a segurança da população. É preciso combater o poder das facções criminosas dentro e fora dos presídios, investir em inteligência policial e prevenção ao crime, além de melhorar as condições carcerárias e oferecer oportunidades de ressocialização aos detentos.


O Rio Grande do Norte não pode ficar refém do medo e da violência.